quinta-feira, 9 de junho de 2016

Reflexão - Filme Gueto

Reflexão n 10
Thailine Leite

Inter-relacionamento dos documentos

Luciana Duranti, ao falar das características dos documentos de arquivo traz como um de seus atributos o inter-relacionamento. Duranti afirma que cada documento estabelece relações no curso de seu trâmite e de acordo com suas necessidades, onde o seu significado dependerá diretamente dessas relações. Assim, um documento único não pode representar um testemunho satisfatório de como os fatos e atos que se desenrolaram “(...)os documentos são interdependentes no que toca a seu significado e sua capacidade comprobatória.” (DURANTI, 1994, p. 3). Luciana Duranti (1994, p. 3) ainda afirma que “(...)os documentos estão ligados entre si por um elo que é criado no momento em que são produzidos ou recebidos, que é determinado pela razão de sua produção e que é necessário à sua própria existência, à sua capacidade de cumprir seu objetivo, ao seu significado, confiabilidade e autenticidade.”

Willy Wist - Disponivel em: ytimg
Tal inter-relacionamento entre os documentos é visto no filme Gueto, como no caso do cinegrafista Willy Wist, pois, buscaram pelo próprio arquivo encontrado descobrir quem havia feito os filmes encontrados, mas nada foi descoberto para desvendar isto, até que, na década de 60, como afirma o filme Gueto, foi achado uma pista no Arquivo Municipal de Varsóvia: um passe de entrada ao gueto para um alemão, passe o qual foi emitido justamente no momento da rodagem da película. Esse documento revelava o nome de Wist e sua profissão: cinegrafista. A partir dessa investigação descobrem-se os documentos interligados, chegando a Wist que testemunha e expõe o que vira. Assim, os filmes descobertos, sozinhos não chegariam a Wist, como o passaporte sozinho também não relevaria pontos significativos, mas ao entender-se o inter-relacionamento destes, há a compreensão dos atos e, consequentemente, ligação de tais documentos a outros demais expostos no filme Gueto.

Referências: DURANTI, Luciana. Registros documentais contemporâneos como provas de ação. In: revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 7, n.13, 1994.

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